1998 -> 2008 – Uma década de novidades

1998 -> 2008 – Uma década de novidades

Se o Jamboree da Holanda marcou a ida do Santos Dumont para o exterior, o 19º Jamboree Mundial, realizado em Rancágua, no Chile, na virada de 1998 para 1999, marcou a visita do mundo ao Santos Dumont. Além de termos enviado a maior delegação da história do Grupo para uma atividade internacional, com 40 participantes, vários integrantes do Santos Dumont se voluntariaram para receber escoteiros estrangeiros que também estavam ou indo ou voltando do Chile, em uma atividade chamada Home Hospitality (hospitalidade caseira, em tradução livre). Essa atividade é uma prática comum em grandes eventos internacionais, e serve para que os estrangeiros possam viver um pouco da vida de países que eles não conhecem.

Delegação do GESD ao Jamboree Mundial do Chile, entre 1998 e 1999.

Assim, durante quatro dias o Santos Dumont recebeu 40 escoteiros do Reino Unido em suas casas. No entanto, o chefe Mariovani foi o coordenador do Home Hospitality em Curitiba, e de certa forma o Santos Dumont ficou responsável pelas 10 tropas de 40 ingleses cada que vieram à nossa cidade após o Jamboree, sendo que cada tropa de ingleses ficou com um Grupo Escoteiro de Curitiba. Foi uma festa e muito trabalho. A criatividade dos escoteiros foi colocada à prova em muitos momentos. Um deles foi logo na chegada. O voo que trouxe os brasileiros chegou de noite ao Aeroporto Afonso Pena, e os ingleses chegaram às 12h do dia seguinte. No campo, Mariovani já havia sido avisado que os ingleses trariam libras esterlinas como moeda. Além de as comunicações serem precárias, Curitiba não era um destino turístico popular, e trocar moeda era difícil. Mas não seria isso que impediria o Santos Dumont. Primeiro foi acionado o escotista Newton Barriola Jr., que à época trabalhava na Receita Federal, visando organizar a recepção e liberação do desembarque no aeroporto. Depois, contatos dentro do antigo Banco do Estado do Paraná foram feitos para garantir que houvesse moeda brasileira. Por fim, alguns funcionários do banco foram colocados com dinheiro dentro dos ônibus que trouxe os ingleses do aeroporto para a sede do Santos Dumont para que eles fizessem o câmbio. A organização escoteira foi tanta que até os funcionários do aeroporto fizeram elogios à turma.

Dia da recepção dos escoteiros ingleses na sede do GESD em janeiro de 1999.

Em 1999, o escotismo brasileiro passaria por uma de suas maiores mudanças. Era dado início ao Projeto Chapada dos Guimarães, que uniria em uma mesma seção meninos e meninas, um passo natural depois da criação das seções femininas. Novamente, o Santos Dumont disse presente e foi um dos primeiros Grupos do Brasil a implantar primeiro uma Alcateia Mista. Ainda nesse ano, a tropa escoteira também se torna mista.

E se o escotismo brasileiro passava por mudanças, o Santos Dumont tinha uma que, localmente, teria um impacto ainda maior. Em 2000, fazia 41 anos que o grupo tinha saído da Base Aérea do Bacacheri. Durante o período em que estivemos na Sociedade Thalia, a proximidade com a pista de planadores de Balsa Nova, na serra de São Luís do Purunã, ainda permitia várias atividades relacionadas à Modalidade do Ar. Mas desde a chegada ao Julia Wanderley, realizar as atividades do programa escoteiro dos Escoteiros do Ar ficava cada vez mais difícil e custoso. Assim, a Assembleia de Grupo de 2000 votou por unanimidade tornar o Grupo de Escoteiros do Ar Santos Dumont em Grupo Escoteiro Santos Dumont, com a mudança da Modalidade do Ar para a Modalidade Básica. Algumas pessoas que não estavam presentes à Assembleia não concordaram com a troca, e o efetivo do grupo passa de 120 escoteiros e escotistas para um pouco menos da metade. Era chegado o tempo de mais um renascimento da Fênix escoteira.

Mesmo com poucos membros, no início do novo milênio os integrantes do Grupo se tornaram ainda mais ativos no escotismo nacional, exercendo diversas funções de nível Regional, Nacional e mesmo Internacional. E, novamente, o Santos Dumont foi pioneiro. A primeira presidente mulher da União dos Escoteiros do Brasil – Região do Paraná (e única até o momento) foi Diva Irene da Paz, Mestre Pioneira do GESD. Ela foi eleita na Assembleia Regional de 2001 para um mandato de dois anos.

Diva Irene, já presidente da UEB-PR, e Mauro Alberti, durante o XI Jamboree Panamericano, realizado em Foz do Iguaçu/PR.

Outra novidade dessa década foi a criação do Dumontour, uma atividade diferente, voltada para a família GESD, para unir escoteiros e seus pais em um momento de turismo e também de confraternização escoteira. O primeiro Dumontour aconteceu em 2005, com uma viagem para Garopaba/SC, com grande participação.

Participantes do IV Dumontour, em Tibagi / PR

Lista dos Dumontours

2005 – Garopaba/SC

2006 – Caverna do Diabo/SP

2006 – Tríplice Fronteira Brasil/Argentina/Paraguai

2008 – Tibagi/PR

2009 – Beto Carreiro – Penha/SC

2011 – Lages/SC

2012 – Maringá/PR

2013 – Morretes/PR

2014 – Beto Carreiro – Penha/SC

 

GRITO DO GRUPO

Por incrível que pareça, é só em 2008 que é criado o nosso Grito de Grupo, que hoje ressoa quando estamos todos reunidos, diretamente inspirado nas inúmeras vezes que o GESD, tal qual a Fênix Mitológica, renasceu das cinzas.

“ÔÔÔÔÔ

Temos alegria, somos vibração!

Sempre Escoteiros do Santos Dumont!

Das cinzas renascemos, prontos pra voar!

20 Paraná, não há como negar!

Santos Dumont, Santos Dumont, voou!!”

 

Depoimentos:

Arthur Rocha Filho

Diva Irene da Paz

Fernando Brodeschi