Clã fecha os olhos para aprender a enxergar

Por Bruna Pioli e Carolina Dias Vianna

Aposto que vocês nunca viram um tema de acampamento tão bom (e tão doido) como este.

No último fim de semana de abril/2019, os pioneiros Tiago Bonafé, Vitor Cambuy, Luiza Menegatti e André Caracas planejaram um acampamento, em Bateias, baseado no filme Bird Box. O enredo gira em torno de uma mulher, com duas crianças, que tentam sobreviver, apesar das ameaças de entidades sobrenaturais em um mundo pós-apocalíptico. Elas despertam os piores temores em suas vítimas, arrependimentos e perdas com um mero olhar. Por isso, a solução é usar vendas o tempo todo.

O Clã, igualmente ameaçado, passou os dias 27 e 28 vendado, incluindo os mestres, em algumas atividades. E mais: sem telefone celular; afinal, quem teria 3G em um mundo pós-apocalíptico? Toda a comunicação foi através de rádio.

Com a falta de visão durante todos os deslocamentos dentro do campo (e até na atividade do lago, para salvar duas pioneiras sequestradas pelas entidades sobrenaturais), a solução foi confiar muito uns nos outros e nos comandos dos idealizadores.

O tema foi levado muito a sério em todos os momentos: até a escolha dos alimentos era feita vendada, o que rendeu boas risadas.

À noite, depois do jogo noturno, aconteceu o tão esperado Fogo de Conselho. Teve muita conversa, esquetes e uma reflexão sobre os nossos medos, e a necessidade de enfrentá-los e queimá-los: foi o que fizemos. O ponto alto foi o reforço de que sempre estaremos disponíveis para ajudar uns aos outros, afinal, somos todos irmãos escoteiros.

O AcamBirdBox foi um sucesso. A equipe organizadora impressionou pelo acerto do tema e das atividades, além da condução competente. Os pioneiros fizeram a sua parte, participando com vontade e lealdade. E, como disseram, foram muitas as boas lições aprendidas.

Nem a chuva forte estragou o final de semana do Clã do GESD, que finalizou no domingo com uma linguiçada.