Diva Irene da Paz
Visita do Secretário Geral do Movimento-Escoteiro Jacques Moreillon ao GESD. Na foto, Diva Irene da Paz, Alcione, Jaques, Mauro Alberti e Mariovani Cervi
“Conheci o movimento escoteiro através do chefe Elson Magalhães, com quem eu trabalhava no antigo Banco de Desenvolvimento do Paraná (Badep). Ele sempre falava do escotismo, e eu fui à inauguração da sede do GESD no Colégio Julia Wanderley, em 1981. Meu filho mais velho ainda não tinha idade para ser lobinho mas já entrou na fila de espera, e no ano seguinte ele pode ingressar na Alcateia. No fim, todos os meus cinco filhos foram escoteiros no GESD.
Minha primeira atividade foi ainda naquele ano, na Conferência Escoteira Interamericana, que aconteceu em Curitiba. Eu era secretária no BADEP e o Elson, que estava na organização da Conferência, me convidou para ajudar na secretaria do evento. E eu fui. De lá, acabei indo ajudar na secretaria do GESD. Fiquei sete anos ali e pude entender melhor o que é o Escotismo. Para quem é de fora, parece uma sociedade secreta, cheia de ritos. Mas só quando participamos dele é que entendemos a sua verdadeira dimensão.
Em 1988 eu entrei na chefia do Clã de Pioneiros, junto com meu marido. Foi muito legal, pois acabei tendo a oportunidade de fazer muitas coisas que talvez eu não faria se não tivesse sido escotista. Fui a cavernas, montanhas, acampei, enfim, conheci muita coisa. Percebi que o Escotismo acaba proporcionando momentos únicos para o jovem (e para o adulto) que ele não encontra em outros lugares. São oportunidades de desenvolvimento pessoal muito ricas, uma atividade complementar, não conheço outra que seja tão abrangente e que tenha um código de valores tão forte que serve para toda a vida.
Desde 1989, eu comecei a participar das equipes de formação de escotistas, até por uma necessidade de estruturar e fortalecer os mestres do Ramo Pioneiro. E nos cursos escoteiros eu aprendi a ser uma profissional e uma professora melhor. O que aprendi do Método Escoteiro eu usei em minha carreira, e posso dizer que isso só me ajudou. O envolvimento nas equipes de formação acabou me levando a ingressar também nas diretorias Regional e Nacional do Escotismo.
Em 2001 eu me tornei a primeira mulher a presidir a Região Escoteira do Paraná. O que poderia ser uma dificuldade, na prática, não foi. Eu presidia, mas éramos um grupo de escotistas amigos e comprometidos com o crescimento do Escotismo no estado. Assim, exercer o cargo foi trabalhoso, mas nunca senti um peso extra por ser mulher. Nessa época, também acabei me afastando do Clã, e quando deixei a presidência da Região Escoteira do Paraná, em 2003, comecei a trabalhar dando aulas em outras cidades no fim de semana, o que impossibilitou meu regresso às atividades naquele momento. Acabei voltando em 2017, graças à minha filha Priscila, que também retornou às atividades, desta vez como escotista de seção. E continuo acreditando na força do Movimento Escoteiro como transformador de vidas.”