Família Cervi
Ronilde (segunda da esquerda para a direita) e Mariovani (de barba), em visita à Agência Espacial Norte-Americana.
Mariovani – “Comecei minha vida escoteira como sênior do Grupo Escoteiro Jorge Frassati, quando a sede deste era no Colégio Bom Jesus, ao lado da Praça Rui Barbosa. Quando comecei a me envolver mais a fundo, acabei saindo do Frassati, pois era muito longe da minha casa. Já adulto, eu trabalhava na área de recursos humanos da antiga Telepar. No início de 1983, fomos entrevistar o Glécio Mussi Vilar, que também trabalhava na Telepar e à época era Chefe de Grupo do Santos Dumont. Em função desse contato com o Glécio eu me interessei novamente pelo escotismo e fui inscrever meus filhos no Santos Dumont. Não tinha vaga para lobinho para meu filho Kailon, apenas para escoteira, que era a idade da minha filha Kielci. Resolvemos esperar até os dois poderem começar juntos.
Quando os dois iniciaram as atividades, em agosto de 1983 eu e minha esposa Ronilde íamos ao Grupo e acabávamos ficando na sede esperando os dois. Foi quando alguém chegou e perguntou para nós se não queríamos ajudar a pintar o assoalho da Alcateia I. Ao mesmo tempo, alguém chegou para a Ronilde e perguntou se ela não podia ajudar a moça da cantina a fazer pipoca. Brincamos que desde então a gente continua a pintar o chão, a fazer pipoca e a ajudar o Santos Dumont. A minha entrada formal na diretoria se deu em dezembro de 1983, quando fui eleito Diretor Administrativo Adjunto na Assembleia de Grupo.”
Ronilde – “Uma das lembranças mais emocionantes que tenho é da cerimônia de aniversário dos 25 anos do grupo, que foi feita na antiga associação do Banco de Desenvolvimento do Paraná (BADEP) nas Mercês. Todo o Grupo entrou no ginásio com cada pessoa levando uma vela acesa, fez um efeito de luz lindo, e eu via meu filho emocionado e impressionado com aquilo. E o chefe Elson tinha trazido um paraquedas para fazer um cenário, foi muito bonito.”
Mariovani – “Com certeza o que marcou mais foi o incêndio da antiga sede, em 1987. Foi um grande choque para nós. Quando conseguimos acordar do pesadelo, começou o trabalho de reconstrução do Grupo. Fizemos a campanha do tijolinho, na qual os jovens iam vender “tijolos” (desenho de uma parede de uma casa em construção, onde cada tijolo tinha um valor) para as pessoas para arrecadar dinheiro para reconstruir a sede. Durante 6 meses, a cada 15 dias fazíamos um buffet de sopas. Arrecadamos quase 1,3 toneladas de papel velho para vender. Enfim, fizemos dinheiro cair do céu com muito esforço e trabalho. E, claro, muita gente contribuiu com dinheiro do próprio bolso para reconstruir a sede, não apenas eu, mas o Iata, o Sérgio ,o Luís Carlos, nem lembro mais quem.”
Ronilde – “Foi uma época muito difícil, para mim pessoalmente um pouco mais, pois estava lidando com doença na família. Mas foi ali que a família Santos Dumont mostrou a sua garra, perseverou e pode voltar a crescer.”
Mariovani – “Comecei a atuar junto à União dos Escoteiros do Brasil – Região do Paraná, em 1988. O principal objetivo era ir até a Assembleia Nacional daquele ano para apresentar e justificar a criação do Clube da Flor de Lis, cujo primeiro clube foi o do Santos Dumont. E acabei gostando do ambiente e decidi contribuir de alguma maneira com o Escotismo no Brasil, atuando nos níveis regional e nacional.”
Ronilde – “Acredito que o Escotismo deu a meus filhos determinação e vejo isso neles. Depois vieram os netos e continuaram a participar. Nos intervalos em que eu não tinha filhos no Grupo, acabei ficando pois parece que tem um bichinho que pega o nosso coração. O escotismo passa a fazer parte da vida, e enquanto eu achar que dá para contribuir com algo, estarei participando. E também porque no meio dos jovens, a cabeça envelhece mais devagar, a gente fica jovem por mais tempo.”