Mauro Edson Alberti

Mauro Edson Alberti

“Entrei no Grupo no início de 1972. Eu só tinha ouvido falar de escotismo e fui levado pelo meu pai até o SESC da José Loureiro para procurar alguma atividade para mim aos sábados de tarde. Como o escotismo era a única disponível, ele me perguntou se eu queria experimentar e eu falei que sim. Me lembro de subir as escadas do SESC e ver um escoteiro no alto da escada, que foi o primeiro que vi na vida, e que se tornou meu amigo até hoje.

O que me atraiu desde o início foram as atividades variadas. Em uma delas, um bivaque, fomos de trem até a estação São Roque, antes de Piraquara, e dali fomos a pé por estradinhas até o Guatupê e, depois, pela Avenida Rui Barbosa, até São José dos Pinhais. No final da atividade eu fiz a minha promessa escoteira, em 29 de julho de 1972, próximo à cabeceira da pista do Aeroporto Afonso Pena. Há atividades marcantes como o Acampamento do Negão, que fizemos naquele mesmo ano na Estância Recreio da Serra, em Piraquara, em que os chefes pregaram vários sustos na Tropa.

Meu primeiro grande acampamento foi o II Camporee Sul, no Centro de Exposições de Esteio (RS), em 1973. A ida foi uma aventura em si. Os chefes do grupo conseguiram uma carona em um avião C-47 (DC-3) da Força Aérea Brasileira, e essa foi minha primeira viagem de avião. Como no final do ano anterior nós tínhamos saído da sede do SESC e o material de campo pertencia a eles, fomos para esse acampamento no Rio Grande do Sul sem barracas. Levamos lonas e esteios que precisavam ser unidos para formar a barraca. Mas logo no início da atividade caiu uma chuva enorme que alagou o campo. Todas as patrulhas do Sub-Campo tiveram que abandonar o acampamento e dormir duas noites nos barracões de exposição dos animais, pois era o único lugar seco. Voltamos para as barracas no 3º dia de atividade apenas.

Na primeira e segunda fotos, escoteiros e famílias antes do embarque no DC-3, que levaria o GESD ao II Camporee Sul. Na terceira foto, flagra do dia seguinte ao dilúvio no campo.

No segundo semestre de 1977 eu já era da Tropa Sênior e parei com as atividades escoteiras para estudar para o vestibular. Como o Grupo não tinha Clã ainda, fui alocado como escotista assistente da Tropa Escoteira. Pouco depois, participei da fundação do Clã de Pioneiros em julho de 1978, o primeiro clã misto do Paraná. Fui o 3º pioneiro a conquistar a Insígnia de BP no Grupo.

Em 1985, com 25 anos, assumi a Chefia de Grupo, que atualmente equivale ao cargo de Diretor-Presidente. À época o Grupo era um dos escolhidos no Brasil para implementar a co-educação, ou seja, meninos e meninas escoteiros. Já tínhamos a Alcateia feminina, e participei da criação da Tropa Escoteira Feminina e logo depois da Tropa de Guias. Atuei como Chefe de Grupo por quatro anos, voltei à chefia da Tropa Escoteira e depois da Tropa Sênior durante dois anos. Quando mudaram o Estatuto da UEB e implementaram a função de Diretor Presidente, fui eleito por dois mandatos. Depois fiquei mais um período como chefe Sênior e hoje continuo participando como membro do Clube da Flor de Lis.

Mauro Alberti coloca as mãos à obra durante a construção das salas das seções, em 1981.

Eu sempre quis continuar no movimento escoteiro devido ao ambiente familiar. Meus melhores amigos são escoteiros, foram escoteiros comigo e até hoje nos encontramos na turma dos Velhos Condores. É uma comunidade que compartilha os mesmos valores e ideais de vida. Eu aproveitei muito bem cada fase do escotismo, e continuo aproveitando. Se há algo que eu queria dizer aos jovens de hoje, é isso: pratiquem o escotismo com entusiasmo e aproveitem cada momento neste ambiente sadio que o GE Santos Dumont proporciona. O Escotismo é uma maneira divertida e saudável do jovem se preparar para a vida adulta e ser um bom cidadão. ”